CINEMÚSICA - Latino investe na música gospel


Latino investe na música gospel



Mas, parece que é verdade mesmo; Latino, famoso por seus funks cariocas e músicas de cunho erótico como a infame “Festa no Apê”, resolveu investir no segmento da música gospel, conforme noticiado aqui mesmo no FolhaGospel. Não por conta de uma suposta conversão ou por razões filosóficas, mas por grana, “mufunfa” mesmo.

Latino pelo menos foi sincero e deixou claro seus objetivos mercadológicos. Não vou aqui gastar muito espaço com o cantor em questão, que considero medíocre em todos os sentidos, mas a notícia acabou me fazendo refletir um pouco sobre a ética dessa associação entre músicos de crenças diferentes, e alguns sem crença nenhuma.

Se no passado isso era algo muito difícil de acontecer, hoje em dia virou lugar-comum. Eu mesmo já usei em várias gravações evangélicas músicos convidados e arranjadores não evangélicos. Isso por si só não acho problemático. É o mesmo que contratar uma orquestra de câmara para tocar na cantata de Natal de sua igreja. Nem todos os músicos serão evangélicos necessariamente e isso termina fazendo pouca diferença. Nesse caso, a música é apenas um serviço prestado à igreja ou ao evento, assim como qualquer outro professional faria, um marceneiro ou um eletricista por exemplo.

A questão muda de figura quando existe uma associação com quem quer comercializar a fé e obter lucros pessoais às custas do povo evangélico. Ainda que eu ache perfeitamente digno e aceitável que pastores, ministros e músicos cristãos sejam bem remunerados, a questão financeira sempre deve ser secundária em relação aos aspectos ministeriais e confessionais. O que deve pautar as decisões dos músicos cristãos deve ser a ética e os princípios Bíblicos. Submeter-se ou associar-se a quem não vive de acordo com esses princípios é ferir frontalmente o conceito bíblico de que a Luz não deve conviver com as trevas. Mais cedo ou mais tarde surgirão situações onde valores discrepantes serão confrontados e é aí que começa a ficar perigoso. Em muitos dos casos temos visto o cristianismo ser comprometido e flexibilizado para justificar certas coisas que não deveriam ser justificadas. E assim, o que deveria ser ministério se transforma pura e simplesmente em comercio.

Jesus foi tolerante e caridoso com prostitutas, cobradores de impostos e pecadores de forma geral. Mas mostrou toda a sua ira contra os mercadores do templo que justamente se aproveitavam da fé alheia para obter lucro pessoal. O povo evangélico tem que estar bem atento a esses ‘lobos em pele de cordeiro” e a quem a eles se associa. Que não aceitemos justificações falsas e flexibilizações da nossa fé, que no fundo, no fundo só servem mesmo para encobrir conluios e artimanhas de lucro fácil.

Se Latino lançar um disco evangélico, o que ele tem todo o direito de fazer, é bem capaz de fazer sucesso e conseguir o dinheiro que idealizou ; mas quem se vender e esse propósito espúrio, seja fechando um contrato ou mesmo comprando o CD, que se prepare para levar umas boas chicotadas quando se encontrar com o Mestre.

Um abraço,

Leon Neto

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